sábado, 1 de dezembro de 2018

DESASTRES AMBIENTAIS NA REGIÃO NORTE DE ILHA DE MARÉ, SALVADOR, BAHIA: COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE PORTO DOS CAVALOS, MARTELO E PONTA GROSSA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE DIREITO 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTADO E DIREITO DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS 



ELIVANDRO PARAGUAÇÚ DE SANTANA 



DESASTRES AMBIENTAIS NA REGIÃO NORTE DE ILHA DE MARÉ, SALVADOR, BAHIA: COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE PORTO DOS CAVALOS, MARTELO E PONTA GROSSA 


Trabalho de Conclusão do curso de Especialização em Estado e Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia como requisito para obtenção do grau de Especialista. 
Orientadora: Profª Ísis Aparecida Conceição 
Coorientadora: Profª Neuza Maria Miranda dos Santos.

RESUMO 
Ilha de Maré, localizada na região nordeste da Baía de Todos os Santos (BTS), é uma região de vocação extrativista, turismo de baixa densidade e vulnerabilidade ambiental pela proximidade de empresas transnacionais e uma zona de operação industrial e portuária, o Complexo de Aratu. Este trabalho teve como propósito demonstrar os desastres e crimes ambientais que afetam a ilha nas comunidades quilombolas de Porto dos Cavalos, Martelo e Ponta Grossa, região norte de Ilha de Maré. O presente trabalho adotou como pressuposto metodológico a construção de uma abordagem qualitativa, utilizando a técnica etnofotográfica, a qual exige do pesquisador alguns compromissos, com vista à obtenção de um olhar crítico da realidade que o cerca. Para tal fim, inicialmente, foram obtidas entrevistas com moradores, tendo como fio condutor as consequências da implantação do parque industrial no entorno e dentro das comunidades. O levantamento fotográfico contou com o auxílio de alguns moradores, os quais cederam fotografias antes e depois da implantação das indústrias nas comunidades. As fotos foram selecionadas em ordem cronológica, iniciando-se nos anos de 1950, quando a refinaria Landulpho Alves entra em operação, até o ano de 2018. A análise das imagens, fotografias e entrevistas demonstram a incapacidade do Estado em exercer seu papel como agente controlador e fiscalizador e revelam a vulnerabilidade socioambiental das comunidades. Neste cenário, a região norte da Ilha de Maré é a que apresenta maior gravidade dos impactos ambientais, destacando-se a proximidade de equipamentos industriais junto às áreas residencial, comercial e equipamentos públicos.  

INTRODUÇÃO                                                                                            

A Ilha de Maré localiza-se a cerca de 5 km de São Tomé de Paripe, subúrbio de Salvador, região nordeste da Baía de Todos os Santos (BTS), possuindo uma população de 6.434 habitantes, de acordo com o último censo (SALVADOR, 2010), distribuída em uma área de 1.378,57 ha ou 13,79 km2. Possui uma densidade populacional de 384,80 hab/km2 com 3.349 domicílios, 274 comércios e 982 terrenos baldios. Estão aí assentados onze povoados denominados de Itamoabo, Botelho, Santana, Neves, Praia Grande, Bananeiras, Maracanã, Porto dos Cavalos, Ponta Grossa, Caquende e Martelo (ESCUDERO, 2011; CARNEIRO; PESSOA; SOARES, 2014).  
Ilha de Maré é considerada a terceira em extensão territorial em toda a BTS com uma história de resistência secular a partir das lutas de antigos escravos contra a opressão dos senhores de engenho da região, os quais constituíram diversas comunidades quilombolas, sendo que três destas estão localizadas na região norte, assim denominadas: Porto dos Cavalos, Martelo e Ponta Grossa. Estes três povoados na ilha de Maré estão entre as cinco primeiras comunidades que receberam a certificação pela Fundação Palmares como remanescentes de quilombo no dia 05 de julho de 2005 (FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, 2011). 
Historicamente, podem ser identificados três fatos que registram a importância da Ilha de Maré nas lutas travadas pelas comunidades tradicionais contra os opressores internos e externos, ainda no período colonial até o Império: a presença de um engenho, o ataque durante a invasão holandesa e as existências de três igrejas (PAIXÃO, 2011). Ainda, para este autor teria sido o tipo de solo da ilha, o massapé, um dos motivos que atraíram a instalação de um engenho nessa localidade, base da economia naquele período, assim a ilha serviria como grande propriedade agrícola açucareira para os engenhos aí existentes. 
A Ilha de Maré está localizada na Zona do Subúrbio Ferroviário e conta com um sistema de transporte precário, dificuldades de acessibilidade, além de compartilhar com as demais ilhas da BTS diversos problemas de infraestrutura e de desenvolvimento. Politicamente, a Ilha de Maré pertence a uma das administrações regionais de Salvador, a Administração Regional XVIII, que é  
considerada a menos populosa (SALVADOR, 2006; CARNEIRO; PESSOA; SOARES, 2014).  
A ilha tem como base econômica atividades voltadas para a pesca artesanal e cultivos de subsistência, como a mandioca, feijão, milho, amendoim entre outros, no entanto, é a produção de artesanatos, usando fibras de “cana brava” e a pesca artesanal, as principais atividades econômicas. Dentre as demais ocupações, poucos moradores são funcionários públicos e outros trabalham em empresa privada. Na comunidade de Santana encontra-se o maior número de funcionários públicos (municipais) e os empregados nas indústrias (ESCUDERO, 2011; CARNEIRO; PESSOA; SOARES, 2014). 
Em relação ao poder aquisitivo das famílias Carneiro; Pessoa e Soares (2014) avaliaram como baixo, pois, 61,15% dos chefes de família recebem até 1 salário mínimo (SM) e 30,79% entre 1 e 3 SM (SANTOS et al, 2010). As maiores dificuldades de sobrevivência para as famílias locais ocorrem, de acordo com o calendário sazonal da extração do pescado na chamada baixa estação, abril a setembro. Já na alta estação, a atividade da pesca ocorre paralelamente às atividades turísticas (ESCUDERO, 2011).  
Carneiro; Pessoa e Soares, (2014) numa análise temporal em relação a renda, em Ilha de Maré, observaram uma diminuição do Índice de Gini4, o qual passou de 0,56, no ano de 2000 para 0,43, em 2010, o que significou uma melhoria significativa da renda das famílias, no entanto, este dado pode estar refletindo uma tendência geral de melhoria da renda das famílias nos três últimos governos federais, através dos programas de transferência de renda.  
Ainda, de acordo com o diagnóstico realizado por Carneiro; Pessoa e Soares (2014), a situação de maior gravidade do ponto de vista ambiental e que afeta a saúde, é o fato de que apenas 3,7% dos domicílios permanentes dispõem dos serviços de saneamento básico adequado, ou seja, coleta de lixo, banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via rede geral de esgoto ou pluvial simultaneamente. 
A pesca artesanal está concentrada nas regiões norte (Porto dos Cavalos) e leste (Bananeiras) da ilha. Na comunidade de Praia Grande persiste a tradição  
do doce de banana e do artesanato de cestarias; as rendeiras de bilro resistem na comunidade de Santana. Nestas comunidades é comum o acúmulo de atividades da pesca e do artesanato (ESCUDERO, 2011; CARNEIRO; PESSOA; SOARES, 2014).  
De acordo com Escudero (2011), a Ilha de Maré ainda preserva a tradição de ser local de moradia de comunidades extrativistas, apresentando vocação turística de baixa densidade, o que evidencia o seu território como vulnerável. Esta vulnerabilidade ambiental advém da proximidade de empresas transnacionais de industrialização e a zona de operação portuária do Complexo de Aratu, para as quais a sobrevivência das comunidades tradicionais passou a ser um estorvo, bem como à administração central de Salvador. 
As diversas regiões da Ilha de Maré apresentam desigualdades sociais e ambientais, assim como na contaminação ambiental, particularmente entre as porções norte/leste e oeste/sul. Constatam-se, de acordo com Escudero (2011), diferenças nos níveis de adensamento, urbanização e oferta de infraestrutura nos diversos núcleos e povoados.  
A situação de invulnerabilidade ambiental é mais grave para os habitantes das localidades da região norte, Ponta Grossa, Porto dos Cavalos, Martelo, dada à maior proximidade da zona industrial e portuária, ao contrário dos vizinhos do oeste/sul, onde há maior oferta de equipamentos e serviços e maior distância de fontes poluidoras (ESCUDERO, 2011). Santos et al. (2013) demonstraram que a exposição aos metais chumbo e cádmio ocorre, de maneira similar, embora possa ser percebida uma distribuição desigual, quando da avaliação dos indicadores biológicos de exposição na população infantil das diversas regiões da ilha. Assim, por exemplo, as crianças da região norte/leste apresentaram maiores concentrações teciduais de cádmio no sangue e cabelo, enquanto que para as crianças da região oeste/sul as maiores concentrações teciduais no sangue e cabelo ocorreram para o chumbo. 
Observa-se ainda que a porção norte da Ilha de Maré se ressente de maior degradação ambiental, pois apesar de apresentar grande extensão de manguezais com grande importância no ecossistema, economia e segurança alimentar, parte da vegetação foi perdida, contando-se com poucos remanescentes de Mata Atlântica (ESCUDERO, 2011). 
 Diversos estudos realizados na região demonstram que a pesca artesanal e a agricultura de sobrevivência vêm sofrendo ao longo dos anos os impactos ambientais causados pelo complexo industrial e portuário, instalado no seu entorno, sendo que à luz da percepção dos habitantes, diminuiu significativamente a qualidade e a quantidade do pescado e dos produtos agrícolas. Para as comunidades quilombolas da ilha esta situação é atribuída às indústrias que começaram se instalar na região, já que a partir de 1949 começou a ser construída a Refinaria Landulpho Alves-Mataripe. Logo, em seguida, a Petrobrás inicia a exploração de petróleo no interior da ilha, trazendo consequências devastadoras para essas comunidades. Na década de 1970, inicia-se a instalação do porto de Aratu.  
Pelo exposto, torna-se evidente que as comunidades quilombolas da região norte da Ilha de Maré são as mais vulneráveis do ponto de vista ambiental, desta forma o presente trabalho propõe-se a mapear e analisar os desastres e crimes ambientais perpetrados ao longo das últimas décadas e que afetaram a Ilha de Maré, e, em particular, a região norte, local que abriga três das cinco comunidades quilombolas desta ilha, com vista a construção de um panorama acerca da produção local de notícias sobre os desastres ambientais ocorridos.

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 DESASTRES AMBIENTAIS NA REGIÃO NORTE DE ILHA DE MARÉ, SALVADOR, BAHIA: COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE PORTO DOS CAVALOS, MARTELO E PONTA GROSSA

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

13º Torneio de Pesca Com Linha de Mão em ilha de Maré - BA

Há 13 anos, O Torneio de pesca com linha de mão vem sendo realizado sob a direção de Elivandro Paraguaçú, morador da ilha de Maré, localidade de Porto dos Cavalos, e é o local onde o evento reuniu neste ano 18 equipes numa disputa de qual delas pescaria uma maior quantidade de peixes. Elivandro é coordenador do projeto Educa Mangue, projeto que visa desenvolver a educação ambiental aos moradores do local de Porto dos Cavalos, envolvendo outras regiões da ilha. O torneio teve seu início às 04:00 hs da madrugada do dia 25 de Agosto de 2018, saindo da localidade de Porto dos Cavalos, na ilha de Maré, partindo para o alto mar, sendo que, cada equipe participante saindo de canoa com o intuito de obter uma grande quantidade de peixes possível nessa disputa.
Com o retorno às 07:30 da manhã, as equipes com suas canoas se reuniram em fila, e de volta à Porto dos Cavalos, apresentaram cada um o resultado obtido a partir da pesca, que durou aproximadamente 3 horas e meia.
Anchova, peixe sabonete, sargo de dentes, peixe voador, tubarão, budião, olho de vidro, baiacu, água viva, solteira, pititinga, espadarte, marlin, pescada, carapeba, tainha, dourado e mero; estes foram os nomes dados a cada grupo que participou do evento, onde também cada equipe portava uma camisa com o nome do evento e o nome de cada equipe, que era representada por um peixe ou uma alga.
A imagem abaixo mostra o nome de cada equipe, onde cada uma delas simbolizada por um peixe.

O Torneio de pesca com linha de mão é realizado todos os anos, onde neste 2018 contamos com a presença de várias atrações, inclusive bandas que mostraram o seu show musical, tais como: Ariany Azevedo, Edy Moreno (Ardente Paixão), Banda Mistureba, e outras atrações. No momento em que acontecia a festa, foi servido a todos uma tradicional feijoada junto com uma grande moqueca de peixe, que foram resultados da pesca adquirida no torneio, e logo depois foi distribuído prêmios para as primeiras três equipes campeãs com as seguintes colocações:
1º Lugar - Equipe Bonito
2º Lugar - Equipes Mero, Bilião e Rainha
3º Lugar - Equipe Tainha
A seguir, uma pequena apresentação do evento em vídeos e fotos. Confiram!
Agradecimentos
Eu, Elivandro Paraguaçú, gostaria de agradecer a cada colaborador que participou do nosso evento direta ou indiretamente, não poderei citar todos mas, vai alguns nomes: Pirula, Jonatas, Gilcivan, Ana Lessa, Bruno Maia, Gilmar, Arlei, Coquinho, D. Isabel, Messias, e muitos outros... Até o próximo ano se assim Deus nos permitir. Abraços!

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Mutirão de limpeza Na Prainha de Aratu

O Grupo Maré Sustentável realizou neste 24 de Julho de 2018 o terceiro mutirão de limpeza na Prainha de Aratu com a participação de voluntários da Secretaria de meio ambiente de Candeias e demais convidados. O evento coletou cerca de 400 kg de lixo da Prainha, onde esse trabalho vem sendo realizado com frequência em diversos meses do ano.
O lixo é um fenômeno puramente humano, uma vez que na natureza não existe, pois tudo no ambiente agrega elementos de renovação e reconstrução do mesmo. Nesse contexto, o lixo pode ser encontrado no estado sólido, líquido e gasoso.
O lixo pode ser classificado como orgânico (restos de alimentos, folhas, sementes, papéis, madeira entre outros), inorgânico e esse podem ser recicláveis ou não (plástico, metais, vidros etc.), lixo tóxico (pilhas, baterias, tinta etc) e lixo altamente tóxico (nuclear e hospitalar).
Diante disso, o lixo pode ter várias origens, dentre as principais estão os resíduos domésticos, sólido urbano, industrial, hospitalar e nuclear.
Para obter condições satisfatórias no seguimento social e ambiental nos centros urbanos e, especialmente, nas grandes cidades é preciso que haja uma intervenção efetiva do poder público. Dessa forma, as esferas do poder (município, estado e união) têm a incumbência de designar e implantar ações que possam agregar melhorias de vida para a população.
 Sua atuação fica vinculada à criação de áreas verdes, arborização urbana, manejo de um sistema de transporte coletivo que funcione, projetos de moradias populares, saneamento básico e água tratada, monitoramentos dos níveis de poluição, coleta do lixo e muitas outras que são fundamentais.
O Estado é o responsável por controlar e administrar os impostos pagos pelos contribuintes, nesse sentido, é seu dever oferecer tais serviços à população.

domingo, 8 de julho de 2018

Intensa degradação de manguezais causa consequências mundiais devastadoras, alertou a agência da ONU em 2014

O elevado ritmo da destruição mundial de manguezais vem resultando em prejuízos de bilhões de dólares e em impactos sobre milhões de vidas, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançado nesta segunda-feira (29) em reunião global da ONU.Os manguezais fornecem segurança alimentar, água potável e proteção contra erosão e condições climáticas extremas para mais de 100 milhões de pessoas que vivem em seus arredores, além de atenuar a liberação de carbono para a atmosfera. A destruição causa, além de problemas econômicos locais e globais, a exposição dos ambientes costeiros aos efeitos prejudiciais das mudanças climáticas.O novo relatório do PNUMA, ‘A Importância dos Manguezais: Um Chamado de Ação‘, alertou que a taxa de degradação dos manguezais é de três a cinco vezes maior do que a média de desflorestamento global.Portanto, destaca medidas que estimulem a sua conservação, principalmente por meio de mercados de crédito de carbono e de incentivos econômicos como fonte de renda local para a proteção, o uso sustentável e a restauração do ecossistema.O diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner, afirmou que o relatório, ao quantificar a importância dos ambientes costeiros em termos econômicos e de regulação climática global, tem por objetivo encorajar líderes políticos da comunidade internacional a fazer uso das estratégias destacadas pelo documento para garantir a preservação dos manguezais. 
Fonte: ONUBR - Nações Unidas do Brasil

Mangues: 
Podemos encontrar a vegetação de mangue nas regiões litorâneas do Brasil. Nestas áreas, a água do mar avança no solo, formando regiões alagadiças.
Características principais dos mangues:
-Presença de caranguejos que buscam seus alimentos no mangue.
-A formação vegetal do mangue (plantas e arbustos) possui raízes externas (aéreas). Como o solo do mangue é pobre em oxigênio, este é obtido pelas plantas fora do solo.
-Em função da diversidade da região, podemos dividir os mangues em: mangue-branco, mangue-vermelho e mangue siriúba.
-As plantas possuem sementes compridas, finas e pontudas. Isto ocorre para facilitar a reprodução, pois quando caem no solo úmido, podem se fixar com mais facilidade.
-O cheiro do mangue é bem característico, em função da presença de áreas salobras (com presença de sal). 

Degradação das regiões de mangue
A poluição de rios e mares em conjunto com a especulação imobiliária nas regiões litorâneas tem afetado, significativamente, os mangues. Esta área tem diminuído de tamanho e o ecossistema da região tem sido afetado nas últimas décadas. Trabalhadores locais, principalmente os que vivem da caça e comércio de caranguejos, tem sofrido com a diminuição destes animais nos manguezais.

Animais do Mangue
As principais espécies de animais encontradas em regiões de mangue são: lontra, sagui, peixe-boi marinho, cobra, crocodilo, lagarto, tartaruga, caranguejo, craca, aranha, mexilhão, minhoca, entre outros.

Curiosidades:
- O mangue é o habitat de várias espécies marinhas e também de caranguejos.

- É comemorado em 26 de julho o Dia Internacional de Defesa dos Manguezais

Fonte: suapesquisa.com

segunda-feira, 2 de julho de 2018

O Lixo na Natureza e o Seu Tempo de Decomposição

A poluição constante das águas do rio, do solo e do ar está causando muitos efeitos nocivos à nossa saúde e ao meio Ambiente. Muitos materiais podem ser reaproveitados. O plástico, vidro, papel e metais, podem ser reciclados e transformados em produtos novos, com um custo bem mais baixo ao consumidor. Por isso, prefira sempre adquirir produtos em embalagens recicláveis. Elas economizam energia elétrica, poluem menos e utilizam menos recursos naturais não renováveis para a sua fabricação.
Na natureza todas as plantas e animais mortos apodrecem e se decompõe. São destruídos por larvas minhocas, bactérias e fungos, e os elementos químicos que eles contém voltam à terra. Podem ficar no solo, nos mares ou rios e serão usados novamente por plantas e animais. É um processo natural de reutilização de matérias. É um interminável ciclo de morte, decomposição, nova vida e crescimento. A natureza é muito eficiente no tratamento do lixo. Na realidade, não há propriamente lixo, pois ele é novamente usado e se transforma em substâncias reaproveitáveis. Enquanto a natureza se mostra eficiente em reaproveitamento e reciclagem, os homens o são em produção de lixo. Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem da matéria podem reaproveitar o lixo humano. Contudo, uma grande parte deste lixo sobrecarrega o sistema. O problema se agrava porque muitas das substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, isto é não se decompõe facilmente. Vidros , latas e alguns plásticos não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor. Esse lixo pode provocar a poluição. A reciclagem do lixo assume um papel fundamental na preservação do meio ambiente, pois, além de diminuir a extração de recursos naturais ela também diminui o acúmulo de resíduos nas áreas urbanas. Os benefícios obtidos são enormes para a sociedade, para a economia do país e para a natureza. Embora não seja possível aproveitar todas as embalagens, a tendência é que tal possibilidade se concretize no futuro. O tratamento do lixo doméstico no Brasil é realmente uma tragédia, 76% dos 70 milhões de quilos produzidos por dia, são lançados a céu aberto, 10% em lixões controlados, 9% para aterros sanitários e apenas 2% é reciclado. A realidade está mudando, hoje as pessoas que pensam um pouco mais neste planeta recorrem a alternativas que podem minimizar esta situação caótica. Pressione as prefeituras para adotarem a coleta seletiva como alternativa. Reduzir, Reutilizar e Reciclar são as palavras “da hora”. Os catadores de papel que na maioria das cidades são marginalizados, na verdade contribuem com uma significativa parcela no processo de reciclagem dos materiais descartados nos grandes centros urbanos.
Perigos
Quando não recebe tratamento adequado, constitui um problema sanitário, transmitindo várias doenças como diarréias infecciosas, amebíase, parasitose, servindo ainda como abrigo seguro para ratos, baratas, urubus (que podem derrubar aviões), além de contaminar os lençóis freáticos através do chorume (liquido altamente tóxico que resulta da composição da matéria orgânica associada com os metais pesados) Estatísticas
O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia. 76% são depositados a céu aberto em lixões, 13% são depositados em aterros controlados, 10% são depositados em aterros sanitários, 0,9% são compostados em usinas e 0,1% são incinerados. É importante salientar que o material orgânico compõe a maior parte do item “outros”. Aproximadamente 53% deste total, é de restos de comida desperdiçada.

Fonte: www.vestibular1.com.br / www.ufrrj.br

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Eliete Paraguassú fala sobre o derramamento de óleo em Candeias e cobra soluções à prefeitura da cidade


SOBRE O DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO RIO SÃO PAULO, NO DISTRITO DE PASSÉ, PELA PETROBRAS – “Há 60 anos a Petrobras paga royalties à prefeitura de Candeias. Se a Petrobras não resolve a situação dos pescadores, vocês tem que resolver porque vocês nos devem isso há muito tempo. Estamos falando de homens e mulheres, principalmente de mulheres, que estão jogadas nessas lamas contaminadas com poluição química. A gente precisa não só discutir o caso do petróleo, mas questão de saúde. Estamos falando de uma responsabilidade que o município tem, para discutir a segurança alimentar desse povo, já que não podemos deixar de comer os peixes porque não temos opções. Porque vocês, que dizem que estão no mesmo barco que a gente, não nos dão opções. O petróleo é nosso, mas não é a gente quem refina. Então a responsabilidade é de quem recebe os royalties. Em 2009 o maior desastre ambiental aconteceu na Refinaria Landulpho Alves, quando a gente acordou com o mar preto; no mesmo ano aconteceu o afluente da Proquigel. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente recebeu o dinheiro, e foi feito o que? Esse dinheiro era para ser investido nas comunidades tradicionais... O município de Candeias nos deve muito, minha gente! Para onde é lançado o esgoto de Candeias senão é par este rio que alimenta esta cidade? Somos nós quem movimentamos a renda deste município e é como se nós não existíssemos. Estamos passando por isso, culpa de uma empresa que em nome de uma ganância desenfreada atinge o modo de vida da gente. E não foi acidente. Foi crime ambiental, porque a Petrobras tem que fazer a manutenção de seus dutos. Quem está aqui não trabalha na Prefeitura. São pessoas que vivem da pesca, e agora, como vamos sobreviver? Esse município precisa de uma secretaria que discuta a situação da pesca e não tem. Estamos falando de mulheres que alimentam os seus filhos da pesca. Que conseguem tirar mais de um salário mínimo por mês. E vão sobreviver apenas com uma cesta básica e R$ 150 reais? Dá para esta prefeitura, com essa capacidade que tem, com os royalties que recebe, pagar uma bolsa de meio salário mínimo, R$ 500 reais para cada pescador. Não somente os pescadores estão ameaçados, mas também quem vende nos bares, porque os turistas não vão mais querer comer peixe durante um bom tempo”. Eliete Paraguassu, Marisqueira e Quilombola da Ilha de Maré. Coordenadora do Movimento de Pescadores e Pescadoras do Estado da Bahia.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Elivandro Paraguaçú Participa de Roda de Conversa Transmitida Pela Rádio Excelsior Sobre a Contaminação Nas Águas da Baía de Todos Os Santos.

No mês em que comemoramos o dia do meio ambiente (05 de Junho) é importante se destacar a contaminação de alimentos por metais pesados.
O assunto foi tema do Programa Saúde no Ar, desta quarta-feira (27/06/2018) transmitido pela Rádio Excelsior da Bahia, AM 840 às 08:00 hs. Patricia Tosta conversa com o Professor Diosmar Santana Filho,Geógrafo pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL) e Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gilmar de Oliveira, Blogueiro, pescador na cidade de Candeias e ambientalista, responsável pela ONG Maré sustentável, Elivandro Paraguaçú de Santana, que gestor ambiental pela UNIFACS, Cursando especialização em direito dos povos e comunidades tradicionais (UFBA). O programa contará ainda com a participação da Professora e Mestra Neuza Maria Miranda dos Santois, Nutricionista e Professora da UFBA, coordenadora do Projeto de Extensão,“Nutrição, ambiente e Saúde no Ar: comunicação em saúde e cidadania”, exibido todas as quartas-feiras no Programa Saúde no ar.
Acompanhem os programas Pela Rádio Excelsior AM 840 e participem pelos telefones (71) 3328-7666 e mandem mensagens pelo whatssapp (71) 9-9681-3998.
Os metais pesados são elementos químicos de alto peso molecular que podem ser considerados essenciais (Ex: Ferro, cobre, manganês, zinco) no desempenho de funções vitais ou não (chumbo, cádmio, mercúrio) e podem estar presentes nos alimentos devido a contaminação durante o processo produtivo, ou seja durante o plantio, transporte, preparo e armazenamento dos alimentos.Chumbo e Cádmio são os metais pesados de maior significância na contaminação de alimentos por apresentarem um grande risco a saúde humana. A exposição ao chumbo pode estar associada a presença de anemia em crianças, neuro, nefro, hepato e genotoxicidade. Já a exposição ao cádmio pode estar associado a problemas de mineralização óssea (osteomalácia), nefrotoxicidade e câncer de próstata.Alimentos de origem vegetal podem absorver metais presentes no ambiente a partir da contaminação da água, ar ou solo e acumular esses metais nas partes comestíveis e assim aumentar a exposição humana a esses metais.
Alimentos de origem animal (aves, carne bovina, vísceras, peixes etc) também podem ser fontes de exposição humana a esses metais. Dentre os alimentos de origem animal, gostaria de destacar os peixes, que podem apresentar contaminação por mercúrio e de acordo com os níveis tróficos desses animais na cadeia alimentar os níveis desses contaminantes podem ser ainda maiores através de um processo conhecido como biomagnificação.A principal causa da contaminação do ambiente, dos alimentos e das pessoas por metais pesados é justamente a ação antropogênica, ou seja, do próprio homem, quando não existe a conscientização a respeito do uso e descarte de determinados materiais, principalmente quando desprezados no meio ambiente.

domingo, 10 de junho de 2018

Rompimento de duto provoca desastre ambiental no Rio São Paulinho, em Candeias.

O rompimento de um duto acabou provocando um enorme vazamento de-óleo-na região de Pitinga, em Candeias, na manhã de hoje, 9 de Junho de 2018, contaminando assim as águas do Rio São Paulinho e deixando um grande rastro de degradação na fauna existente ao redor do-rio. Até o final da tarde de hoje, nenhuma espécie de animal ou crustáceo foi encontrado morto, mas, os prejuízos ambientais são nitidamente vistos nas águas e nos manguezais. Numa nota publicada em site, a Petrobras informou que, o vazamento ocorreu de um metro cúbico-de--água-oleosa em um duto na região, e que mediatamente a companhia interrompeu a produção da linha, e iniciou a limpeza da área. Equipes de monitoramento ambiental se deslocaram de imediato para analisar o ocorrido, e em seguida, solicitou a limpeza do rio, onde bóias de contenção de óleo foram colocadas no local do desastre, para que assim, fosse evitado de o óleo se espalhar para as regiões-vizinhas-. O Rio São Paulinho é um rico ecossistema que serve como-berçário-para várias espécies marinhas e crustáceos, mas, a contaminação que esse rio vem sofrendo ao longo do tempo vem deixando moradores da cidade e das ilhas próximas bastantes preocupados, pois, para eles, o pescado é uma grande fonte de renda e de alimento para muitas famílias da região, e que dependem da pesca. "inúmeras vezes assistimos a desastres ambientais nesse rio" afirmou um dos pescadores que presenciou o acontecido, e disse que teme as agressões ao São Paulinho, que acontecem com frequência, moradores locais mostram-se preocupados com o futuro da vida marinha que se reproduzem nos manguezais da região, e temem que essas espécies entrem em extinção, devido ao grande fluxo da contaminação oriunda da Petrobras e de outras indústrias que margeiam essa localidade por muitos anos.

                           

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Conheça ilha de Maré



Está localizada no centro da Baía de Todos os Santos, próxima do Porto de Aratu. Para chegar, toma-se barcos a partir de Salvador, na Praia de São Tomé de Paripe ou Terminal Marítimo.
Os barcos partem de hora em hora e o trajeto é de cerca de 30min. Suas principais praias são: Itamoabo, das Neves, Praia Grande, de Santana e do Botelho ou Oratório de Maré.
Esta belíssima ilha, formada por pequenos vilarejos, é rica em vegetação mas não possui água doce. Em suas casas, rendeiras confeccionam peças em renda de bilro, artesanato tradicional na região. Os moradores são, principalmente, pescadores e artesãos. Há ainda algumas casas de veraneio à beira-mar.
A Praia de Itamoabo, que possui águas transparentes e com temperatura morna, é o ponto de chegada das procissões marítimas. Há ainda a formação de piscinas naturais. Oferece gostosos banhos de mar e prática de esportes aquáticos. Possui larga faixa de areia. Neste povoado de Itamoabo, está a Igreja de Santana, do século XIX.
A Bacia ou Praia das Neves, fica ao sul da Praia de Itamoabo, e sedia a Capela de Nossa Senhora das Neves, do século XVI, de estilo colonial. Suas águas são calmas, ótimas para mergulho e esportes aquáticos. Com formações rochosas nas areias. Distante 1km da Praia das Neves fica a Praia do Botelho, também conhecida como Oratório da Maré. Com constante presença de embarcações particulares e de turismo, que partem de Salvador e seguem até um restaurante. Oferece uma belíssima vista panorâmica da Baía de Todos os Santos.